sexta-feira, 21 de maio de 2010

O medo de perder minha filha (Parte I)

Ainda lembro da ansiedade que eu sentia quando estava grávida. Tudo era motivo pra me deixar preocupada... Desde o enxoval, até os cuidados que eu teria com um ser tão pequeno e dependente. Acho que minha obstetra ficou tonta de tanta pergunta que eu fazia #oi dra. Marta#... Cada consulta era uma lista que eu levava com minhas dúvidas e opniões, e  ela sempre paciente (ops... a paciente era eu rsrsrs)esclarecia tudo!
Quando fiz o exame confirmando a gestação, fui a uma ginecologista/obstetra pedir que passasse a requisição, o consultório simples, numa casa com arquitetura antiga e rua tranquila me deram a sensação de conforto, após a confirmação decidi fazer meu Pré-natal com ela.
Eu já contei a qui que uma prima escondeu que estava grávida por cinco meses??? E ficou sem acompanhamento médico... Depois conto melhor essa história! Foi uns2 anos antes de minha gravidez e eu não quiz de jeito algum esconder, fui logo anunciando, procurando médico, pronta para que tudo corresse bem e uma gravidez tranquila; pena que não foi bem assim.
A Médica que me atendeu tinha entre 40 e 50 anos (não era nenhuma jovenzinha inesperiente... #sem preconceito#), um ar sério, e por ficar próximo ao meu trabalho, ficava mais fácil ir às consultas sem ter que faltar, então isso também pesou na decisão de ser acompanhada por ela.
Nas consultas ela perguntava se eu estava enjoando, coisa do tipo... Receitou Dramin B6, pois eu realmente estava numa fase em que não aguentava sentir cheiro de comida... andar de ônibus... Foi o que me segurou!
 foi solicitada quando eu tinha (segundo ela)18 semanas, próximo de completar 5 meses. Como em todas as consultas eu tinha ido sozinha, dessa vez não foi diferente... Ao chegar minha vez; entro no consutório, conversamos sobre a gestação; ela pediu pra eu deitar na maca; mediu a barriga de novo e auscultou os batimentos cardíacos do bebê...
Com uma cara mais séria e fria que a de costume ela falou:

"-Olhe minha filha, vc está com uma gestação de risco pois o seu útero não está crescendo o suficiente para acomodar o bebê.
-Como assim doutora??? Eu posso perder o bebê?
-Pode (respondeu seca)! Vc vai completar 5 meses em 10 a 15 dias e seu útero deveria estar com 20cm no mínimo, e está com apena 11. É humanamente impossível que seu útero cresca 9cm em menos de 15 dias. O bebê vai ficar sem espaço para se desenvolver e é bem provável que vc sofra um aborto espontâneo... #nunca vou esquecer esse diálogo#
-Mas doutora... O que eu faço? (perguntei já chorando, deseperada)
-Agora é só esperar..."

Saí do consultório desnorteada; era meu dia de folga e nem dava pra ir ao trabalho, pois estava fechado... Peguei o ônibus e voltei pra casa. Juro que nem lembro como cheguei... Um moto-taxista me viu chorando muito e me levou até em casa. Contei o que tinha acontecido e só conseguia chorar, pensando que tudo o que eu queria era que fosse mentira, que fosse um sonho! Passei duas noites sem dormir e faltei ao trabalho na terça.
Meu padrinho (dono da empresa) ligou pra saber pq eu tinha faltado e eu contei sobre a consulta aos prantos. Ela, que ajudou a me criar ficou preocupadíssimo e pediu pra me acalmar; em seguida minhas primas ligaram, minha mãe, todos me pedindo calma, pois eu não poderia ficar tão nervosa afinal estava grávida.
Algumas horas depois meu padrinho ligou novamente; tinha falado com uma cliente que é enfermeira e contou meu caso. Ela ficou indignada, pois jamais a médica deveria dar essa notícia sabendo que eu estava sozinha; e me pediu que fosse ao trabalho no dia seguinte (uma quarta-feira) que ela mesma me levaria a um médico amigo dela. Marcamos de nos encontrar no meu trabalho e de lá fomos ao consultório, que ficava num bairro próximo. Uma tia me acompanhou.

(continua)

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